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Fiocruz: nova abordagem reduz riscos no tratamento da leishmaniose cutânea

Escrito por Ana Mariano

outubro 18, 2024

Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apresenta uma nova perspectiva para o tratamento da leishmaniose cutânea, com evidências científicas robustas. A doença, transmitida pela picada de insetos hematófagos, geralmente é tratada com medicamentos que podem ser tóxicos para órgãos como coração, fígado e pâncreas.

“O que não faz sentido é que pessoas falhem em tratamento de uma doença que, em geral, não é fatal”, afirma o dermatologista Marcelo Rosandiski Lyra, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI).

Ele destaca que as complicações do tratamento convencional, como dores musculares e de cabeça, são significativas.

O estudo, coordenado por Lyra no Rio de Janeiro, introduz o tratamento intralesional, que envolve a aplicação do medicamento diretamente na lesão. Dois grupos de pacientes foram monitorados por dois anos, e o novo método demonstrou uma taxa de cura de 83%, em comparação aos 68% do tratamento tradicional, além de ser significativamente mais seguro.

A pesquisa contou com a colaboração de várias instituições, incluindo a USP e a UNB, o que reforça sua relevância nacional.

A leishmaniose é causada por protozoários do gênero Leishmania e transmitida por flebótomos. Existem duas formas da doença: a cutânea, que causa lesões na pele, e a visceral, que afeta órgãos internos e é mais grave.

O último manual do Ministério da Saúde sobre o tratamento da leishmaniose é de 2017, e um novo deve ser publicado até 2025. Lyra deseja que o novo tratamento intralesional para lesões maiores seja incluído nas diretrizes, ampliando o acesso a mais pacientes.

“É uma solução mais barata e eficaz, com menos efeitos colaterais”, conclui Lyra.

O trabalho foi premiado em congressos relevantes e publicado na revista Clinical Infect Disease em 2023, destacando seu impacto na saúde pública.

Fernando Correa Losada, um paciente de 65 anos, foi tratado com o novo método após um diagnóstico de leishmaniose. Ele relatou uma excelente resposta ao tratamento e, em fevereiro de 2024, recebeu o resultado de cura.

Via: Agência Brasil

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